terça-feira, 31 de março de 2009

PESQUISA: " MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS"

TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Sua insatisfação com a idéia de QI e com visões unitárias de inteligência, que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas. Através da avaliação das atuações de diferentes profissionais em diversas culturas, e do repertório de habilidades dos seres humanos na busca de soluções, culturalmente apropriadas, para os seus problemas, Gardner trabalhou no sentido inverso ao desenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às inteligências que deram origem a tais realizações.
Gardner sugere, ainda, que as habilidades humanas não são organizadas de forma horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.

AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Atribui-se então “oito a nove inteligências” ao ser humano e se postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, tem sua origem e limites genéticos próprios, uma anatomia neurológica específica e dispõem de processos cognitivos únicos.
Segundo as premissas de base da teoria, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma dessas inteligências e maneiras diferentes de combiná-las e organizá-las, utilizando-se dessas capacidades internas para resolver problemas e criar produtos.
Embora estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas muito raramente funcionam isoladamente.
São elas:

- Inteligência lingüística - Os componentes centrais da inteligência lingüistica são uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias.
- Inteligência musical - Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. A criança pequena com habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu ambiente e, freqüentemente, canta para si mesma.
- Inteligência lógico-matemática - Os componentes centrais desta inteligência são descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los.
- Inteligência espacial – é a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial.
- Inteligência cinestésica - Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza.
- Inteligência interpessoal - Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade pare entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação de psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem sucedidos.
- Inteligência intrapessoal - Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, através de manifestações lingüisticas, musicais ou cinestésicas.
- Inteligência Naturalista - Capacidade de entender e preservar o mundo. Nela estão relacionados todos os ecologistas, as pessoas que se preocupam com a natureza e com o ecologicamente correto.
Gardner não fala em inteligência emocional. A expressão veio de Daniel Goleman, e sua obra ainda que bem menos densa que os estudos de Gardner, sugerem que as emoções seriam processadas pelas inteligências pessoais, isto é, a intrapessoal, ligada à auto-estima, segurança e capacidade de administrar de maneira satisfatória a autopercepção e a inteligência interpessoal, associada à empatia, "leitura" e compreensão do outro e de seus sentimentos.
Goleman diz que: "Esta é uma alternativa de ser esperto, não em termos de QI, mas em termos de qualidades humanas do coração". Defende-se que a Inteligência Emocional pode ser "aprendida" e deve ser equilibrada com a inteligência racional.

O DESENVOLVIMENTO DAS INTELIGÊNCIAS

Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as inteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais.
Celso Antunes explica as inteligências estudadas por Gardner e diz que há possibilidades da mesma aumentar, envelhecer e as oportunidades que o cérebro humano abre em determinadas fases de desenvolvimento, na aprendizagem de uma criança. A este processo ele nomeia como uma "janela de oportunidades" que é quando a criança está pronta a se desenvolver , nos tipos de inteligências que possui.
Espacial ou Verbal: Do nascimento aos 10 anos;
Musical: Dos 3 aos 10 anos;
Cinestésica: Do nascimento aos 5 ou 6 anos;
Pessoal (Intra e interpessoal): Do nascimento à puberdade;
Lógica-matemática: De 1 a 10 anos;
Pictórica: Do nascimento até 2 anos
Naturalista: Dos 4 meses aos 14 anos.

Nunca, porém, é demais repetir que o fechamento da janela representa apenas uma dificuldade maior para aprender e não o impedimento da aprendizagem, que, manifesta-se somente após os 71 anos. A idéia da janela é positiva, pois, se ela está “escancarada”, temos um grande momento para seu estímulo, se está parcialmente fechada, o estímulo é válido, mas a aprendizagem será um pouco mais difícil.
Acesso em: 15 de março de 2009, às 20 horas e 30 minutos.
ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. Editora Papirus, 1998.

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